As escolas de ábaco e a expansão dos algarismos indo-arábicos na Europa ocidental
DOI:
10.47976/RBHM2024v24n4858-74Palavras-chave:
Matemática, História, Fibonacci, Liber abaci, escolas de ábacoResumo
Este artigo lança luz sobre a disseminação dos algarismos indo-arábicos através de evidências recentes que vão além da apresentação de um cenário político e econômico favorável da Europa Ocidental para reconstruir a transição de praticantes europeus de numeração romana para indo-arábica. Por ser um assunto extremamente vasto, nos concentraremos em dois aspectos: o livro Liber abaci, de Fibonacci, e as escolas de ábaco. Em torno dessas escolas surgiram outros dois grandes expoentes desse processo de disseminação: os mestres e os manuais de ábaco. Esses textos contém os assuntos tratados nas escolas de ábaco e, em muitos casos, a influência da obra de Fibonacci é evidente. Estas instituições floresceram a partir do final do século XIII em grandes centros comerciais italianos. Assim como Fibonacci, as escolas de ábaco também se baseavam no ensino do cálculo com os algarismos indo-arábicos. O estudo desta relação é importante para entender as conexões entre a matemática e a educação e como as transformações sociais influenciam nas competências a serem desenvolvidas na educação escolar. Por fim, apresentamos discussões acerca do papel de Fibonacci considerado um dos protagonistas desta história.
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