AS REGRAS DE QUARTO E VINTENA E DA CONTA DE FLANDRES NO COMÉRCIO PORTUGUÊS DAS ESPECIARIAS (SÉCULO XVI)
DOI:
10.47976/RBHM2017v17n3483-97Palavras-chave:
Século XVI, Aritmética, Portugal, Gaspar Nicolas, Ruy Mendes e Bento Fernandes, Casa da Índia, Feitoria da Flandres, regra de quarto e vintena e Regra da conta de FlandresResumo
Os primeiros livros portugueses de aritmética prática apareceram no século XVI, em plena época de expansão marítima. Referimo-nos ao Tratado da Praticad’Arismetica(1519)de Gaspar Nicolas, à Pratica d’Arismeticade Ruy Mendes (1540) e ao Tratado da Arte de Arismeticade Bento Fernandes (1555). De acordo com o modelo tradicional, os tratados da aritmética portuguesa quinhentista exibem um conjunto de regras que visavam a prática comercial. Entre as regras consideradas clássicas, temos as baratas, as companhias e as ligas. A modelização aritmética presente nas obras portuguesas estende-se a outras regras. Referimo-nos à regra de quarto e vintena e à regra da conta de Flandres, ambas associadas a duas peças fundamentais do comércio português das especiarias –a Casa da Índia e a Feitoria da Flandres.No contexto da Matemática para o comércio designaremos a regra de quarto e vintena e a regra da conta de Flandres por “regras específicas”do comércio português, dado que não se conhecem outros tratados da mesma época que as contenham. Neste trabalho vamos descrever as duas regras e os problemas associados. Os enunciados propostos pelos autores levam-nos a crer numa aprendizagem por imitação dos problemas resolvidos e numa difusão da Matemática ligada a atividades profissionais.
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